quarta-feira, 22 de junho de 2011

Carta de um soldado desconhecido



Bilhete encontrado no bolso da farda de um soldado desconhecido, morto na Segunda Guerra.
O rapaz morreu atingido por uma granada. Inexplicavelmente esta carta foi encontrada intacta em seu bolso.



" Escuta Deus,
Jamais falei contigo.
Hoje quero saudar- te: Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram que tu não existe e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas, vi teu céu estrelado e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás minha mão. Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo achei a luz para enxergar teu rosto.
Dito isto já não tenho muita coisa a te contar.
Só que... que... tenho muito prazer em conhecer- te.
Faremos um ataque à meia noite.
Não tenho medo.
Deus, sei que tu velas...
Ah! É o clarim! Bom Deus, devo ir-me embora.
Gostei de ti, vou ter saudade. 
Quero dizer, será cruenta a luta, bem o sabes, e esta noite pode ser que eu vá bater à tua porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas sim... estou chorando! Vê Deus, penso que já não sou tão mau.
Bom Deus, tenho que ir. Sorte é coisa bem rara.
Juro porém que já não receio a morte... "








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