Embora
o inglês do homem fosse bem articulado, ele misturava muitas expressões
espanholas no meio da fala, não se sabe se por hábito, ou se propositalmente
para irritar Hope, lembrando-o a cada frase de sua origem adversária. Terminou
de falar e mirou o capitão pirata de um modo indecifrável. O inglês, apesar de
ter os nervos abalados, sustentou o olhar do espanhol com altivez, tentando
aparentar calma e sua costumeira arrogância. Olhou seu interlocutor de alto a
baixo e reprimiu a custo um estremecimento.
O
homem era justamente como os marujos haviam descrito. Estatura mediana,
aparentando uns quarenta anos, pele morena, mas pálida, cabelos escuros, longos
e anelados presos por uma faixa de seda, olhos escuros, cavanhaque, roupas
espalhafatosas e um punhal na cintura. Anéis, brincos e colares exóticos em
número exagerado. Semblante e posturas próprias de um espanhol. Vestimenta
típica de um cigano. Olhar frio como uma lápide. Sorriso maldoso que, quando
esboçado, deixou à mostra alguns dentes de ouro. Cruzou os braços e observou o
inglês com arrogância.
-
Vejo que sabe quem sou. – replicou Hope sem tirar os olhos do outro.
-
Difícil no saber algo acerca del hombre que tem causado tantos
dissabores a mi pueblo.
Foi
a vez de Hope sorrir:
-
Se sabe o que fiz ao seu povo, de fato me conhece, melhor até do que eu poderia
imaginar. Eu, entretanto, não o conheço. Quem é você?
Fazendo
um floreio com as mãos, executando uma pomposa mesura, o homem curvou-se para
frente antes de se apresentar:
- Mi nombre es Esteban Ramirez. Trago
os cumprimentos del Rey de España,
Don Filipe II.
Ao
ouvir isso, Hope titubeou. Seu rosto empalideceu imediatamente, perdendo por
instantes sua expressão soberba. O inglês então viu que o espanhol a poucos
metros de si, banhado pela luz da lua cheia, não projetava sombra no convés. A
sombra de Hope estava lá, mas a de Ramirez curiosamente, não.
-
Então Filipe II enviou você, heim? Agora compreendo, você é uma espécie de arma
secreta da Espanha. Veio naquela arca maldita, soterrado pelo tesouro. Mas
estava morto; eu vi com meus próprios olhos. Como pode ter voltado à vida?
Dom
Esteban soltou uma gargalhada sombria ao perceber a confusão nos olhos do
inglês. Apenas riu, essa foi sua resposta.
-
Você não é humano... é? – indagou Hope temeroso, sentindo o coração acelerar
subitamente.
- No, mi amigo, yo no soy humano
como tu. Deixei de ser faz alguns séculos. Entre vós, sou Esteban, o cigano.
Mas entre os meus, soy conocido como El Diablo.
-
Se não é humano, o que você é?
Nova
gargalhada de deboche escapou dos lábios pálidos do espanhol, antes que ele
respondesse de modo funestamente enigmático:
-
Tenha calma, hombre. Em breve
irás saber.
Permitindo
que o silêncio angustiante reinasse por alguns segundos e, desse modo
torturando psicologicamente ainda mais seu odiado interlocutor, Esteban
continuou:
-
Eu caminho por esta tierra há muy
tiempo. Nasci, cresci e fui transformado na minha pátria, España. Enquanto era mortal, vivi entre mi pueblo, aquellos que usted conhece por ciganos. Mas um
dia un hombre, un amigo em
quem confiava, presenteou-me com a inmortalidad.
Pratiquei o mal contra aqueles que foram meu povo. Levei a eles la muerte, el miedo y el dolor. Pero um dia descobriram alguns de mis pontos fracos, e fui capturado.
Estive em poder da Inquisição.
Parando
um momento nesse ponto, Dom Esteban Ramirez fitou seu inimigo com intensidade e
prosseguiu;
-
Creia-me, mi compañero, no fue divertido... La iglesia sabe
como tratar a sus enemigos... Sólo não fui destruído porque el rey da época não o permitiu.
Dizia que eu podia ser útil em algún momento... Entonces, permaneci aprisionado por
muito tempo, tanto que perdi la
noción de quanto... Meses, anõs,
décadas, séculos, não tinha como saber. Pero un día Don Filipe quis me ver... Foi hablar comigo no calabouço donde yo me achava preso,
alimentando-me principalmente de ratos. Ele me disse que mi país, mi madre, España,
necessitava de mim.
Neste
ponto da narrativa, Esteban parou de falar por mais um instante e voltou-se
para Hope com ódio mortal chispando em seus olhos negros. Apontando o dedo
acusadoramente para seu interlocutor, o espanhol continuou:
-
Como estive muito tempo isolado nas trevas de minha prisón, eu ignorava o que acontecia aqui fora. Y el rey, Don Filipe II, falou-me
de vocês, lós británicos.
Saqueando e matando meu povo... Afundando nuestros barcos... Trazendo enormes perdas financieras à Coroa Española... O rei disse que eu tinha a
chance de reparar os males que había
causado ao meu país. Além disso, eu estaria livre novamente. Apenas
precisava dar a los británicos una
lección.
Enquanto
falava, o espanhol andava de um lado para outro no convés sombrio do galeão,
como se contasse a história mais a si do que ao inglês, propriamente. Hope,
estático, apenas seguia o outro com o olhar sem nada dizer.
- Yo aceitei la oferta de imediato, claro! Quería ser libre pero, antes de qualquer coisa, yo soy español, hombre! Acho que me compreende, capitán; usted me parece o tipo de hombre que también faria tudo por su país.
O
hispânico fez mais uma pausa e, diante do insistente silêncio do outro,
prosseguiu:
- Don Filipe contou-me tudo o que yo necesitaba saber sobre
vocês. Soube de El Dragón,
Francis Drake, el temible pirata. Mi rey me contou sobre sua forte
amizade con él, Drake. Son prácticamente hermanos, não é assim,
Don Jason Hope?
Vendo
que o inglês, muito pálido, passava a língua sobre os lábios ressecados,
Esteban sorriu maldosamente antes de completar:
-
Pelos crimes contra o meu povo, morrer era muito pouco para El Dragón. Ele merecia algo peor que eso. Por isso,
você é o alvo, capitán. Por
isso, fui enviado. Francis Drake merece perder um amigo querido. Ele deve viver
para carregar este dolor. Assim
talvez aprenda a no más prejudicar mi gente, mi tierra.
Segundos
angustiantes se arrastaram pesadamente dentro da densidão do silêncio mortal em
pleno oceano.
-
Se queria a mim, por que matou tantos irmãos meus? Por que me salvou naquele
motim? – indagou Hope, confuso.
-
Porque era yo quem deveria
tirar sua vida, capitán. Você
também odeia meu povo, e também fez minha gente sofrer, señor. Merece murir. Pero antes de encontrarse con la muerte, usted devia sofrer, inglês. Devia
ver seus homens morrerem, ser castigado por fome, sede e peste, ser
traído e abandonado pelos seus, beirar à loucura. Sabe cómo es mi rey; Don Filipe II es un hombre
muy religioso... Por isso adotou todas essas simbologias bíblicas em
sua vingança. Reparou nos detalhes? Morte, fome, pestes... Parecido con las diez plagas. Como él também aprecia mitologia grega,
resolveu batizar este navio de modo sugestivo. Por isso o barco se llama Pandora. A abertura da arca
maldita a través de sus manos, señor Hope,
foi o que provocou todos esses males. Usted abriu
a arca de Pandora, capitán. Tudo
por causa de sua ganância. Tu culpa.
Como se sentiu, vendo seus homens sofrendo e morrendo, sem poder ajudá-los,
Jason Hope?
Esteban
Ramirez percebeu que o rosto e as mãos do capitão pirata inglês se crispavam de
ódio. Muito tranquilo, o cigano soltou uma risada impertinente.
-
Frustrante, não é, británico?
Agora sabe como Don Filipe II se
siente quando vocês atacam nuestros
hermanos e fazem llorar a
Mãe Espanha. Pero tengo que
darle las gracias. O plano funcionou perfeitamente por sua causa. Inglés arrogante! Foi facilmente
enganado. A escolta espanhola que se deixou abater tão fácil... O galeão, tão
poderoso, que fugiu de ti e ainda assim foi capturado... Todos tínhamos nossas
ordens, comandante; inclusive eu. Tudo deveria acontecer exatamente
como aconteceu. Y ahora se
aproxima o momento do seu fim, capitán Hope.
Mal
o espanhol acabou de falar, um estampido seco soou a bordo do Pandora. De olhos arregalados, com um
grito que expressava dor e surpresa, Dom Esteban viu-se projetado brutalmente
para trás, indo cair pesadamente de costas aos pés do mastro. Seu peito desnudo
cobriu-se de sangue negro e apodrecido.
A
poucos passos dele, de pé, com rosto sério e olhar raivoso, Hope ainda
empunhava a pistola fumegante, a qual havia sacado com rapidez e disparado com
maestria. A sombra de um sorriso vitorioso surgiu em seus lábios, mas foi fugaz
como a brisa. O espanhol estava se mexendo no chão. Hope recuou um passo,
sustendo a respiração. O que era aquilo que tinha aparência de gente, mas na
verdade, era uma das crias do inferno? O cigano petulante havia recebido um
tiro de pistola no meio do peito, à queima-roupa. Qualquer ser humano estaria
morto ao ser alvejado daquele modo, daquela distância tão curta.
No
entanto, o espanhol não era mesmo um ser humano como qualquer outro mais. Dom
Filipe fora sábio ao escolher sua espada vingadora para enviar aos ingleses. O
cigano, ainda caído de costas, após tossir um pouco daquele sangue escuro e
pútrido, começou a rir tenebrosamente e abriu os braços como se fosse voar.
Enquanto
isso, desprezando a gravidade, seu corpo se ergueu de modo fantasmagórico,
sobrenatural. Sem que ao menos precisasse fazer o mínimo esforço ou sequer
flexionar os joelhos, Dom Esteban foi içado do chão e, de modo flutuante, o
ângulo de seu corpo mudou, endireitando-se até que estivesse de pé novamente,
como se mãos invisíveis o estivessem levantando. A bala foi expulsa da carne e
o rombo no peito se fechou milagrosamente. Incrédulo, Hope esfregou os olhos,
sem poder acreditar no que eles enxergavam. Com um grunhido, Esteban fitou Hope
de modo irônico e exclamou:
- Ê, cabrón! Bom disparo, mas a dor me
deixa muito furioso. Prepara-te, que sua hora chegou! Vai entender porque me
chamam de El Diablo e vai
saber, de una vez por
todas, o que soy yo!
Em
seguida, Dom Esteban Ramirez rugiu como fera. Seus olhos negros
transformaram-se em duas bolas infernais, vermelhas como sangue e ardentes como
brasas. Sua pele estava mais pálida e tétrica do que nunca. Abriu a boca e
exibiu seus dentes; os caninos haviam crescido incrivelmente e eram
perigosamente pontiagudos. Tinha olhos injetados de demônio e presas de lobo.
-
Vampiro? – murmurou Hope, entre perplexo e apavorado.
A
coisa com dentes afiados e olhos malignos riu com voz inumana diante do inglês,
realçada de maneira fantasmagórica pelo luar frio e mortal.
- Si, mortal orgulloso. Un vampiro. Eu sou seu último pesadelo. Don Filipe predisse que eu seria sua última aflição. Sua última
praga. Me gusta pensar
assim, capitán. Que soy un ángel vengador español. Comandante
Jason Hope, esta noche soy tu
castigo de Dios!
Com
mãos trêmulas, Hope olhou para a pistola ainda quente em suas mãos. Era uma
arma inútil, já que o monstro não lhe daria tempo para recarregar. Atirou longe
a pistola, desesperado. Percebeu então que o cigano sobrenatural fitava a
espada em sua cintura. Não era um olhar de sarcasmo, mas de certo temor. Hope
sentiu uma faísca de esperança surgir em seu interior. A rapieira espanhola
tinha a lâmina feita de prata pura. Se a criatura por algum motivo temia esse
metal, talvez houvesse um modo de destruí-la ou, pelo menos, detê-la.
Depositando
toda sua vontade e energia no gesto, Hope levou a mão ao cabo da espada e
conseguiu puxá-la da bainha. Todavia, não teve tempo de usá-la. Veloz como o
vento, antevendo a manobra do oponente, o cigano sacou seu punhal da cintura e
o arremessou com força e precisão, demonstrando uma habilidade que estarreceria
um artista circense. A lâmina cruzou o ar zunindo, atravessando a escuridão com
rapidez.
Hope
soltou um grito e largou a espada quando uma dor atroz surgiu inesperadamente.
A lâmina arremessada cravara-se firme e dolorosamente em sua carne,
atravessando a mão que usava para esgrimir. A palma fora trespassada pelo
punhal hispânico. O sangue brotou, vermelho e quente, em meio a espasmos de
dor. O cheiro metálico emanado pelo sangramento fez com que o vampiro ficasse
fora de si. Esboçou um sorriso psicótico para o inglês que fazia careta de dor
e segurava a mão ferida.
-
Está escrito que o sangre es la vida.
– disse o monstro se aproximando, agarrando violentamente a mão ferida do
pirata e lambendo-a com sofreguidão, sem que Hope, tomado de asco, pudesse
evitar.
Com
uma expressão de deleite, o cigano espectral parou de lamber o machucado e
ergueu a cabeça para a noite que flutuava acima da altíssima mastreação do
galeão. Lambeu os lábios rubros e fitou o inimigo amedrontado:
-
Quem escreveu estava certo. Sangue é vida. E por isso necessito dele. Preciso
dele em mim, porque yo soy la Muerte!
Hope
sentiu que garras afiadas o envolviam num abraço mortal. Viu-se jogado com
força sobrenatural, de costas contra o mastro principal, e a pancada foi muito
grande, a ponto de fazê-lo imaginar que sua espinha havia se partido. O ar
entrando em seus pulmões parecia repleto de fogo. Dificuldade para respirar.
Uma porção de costelas quebradas, com certeza.
Antes
que fosse ao chão, tão rápido quanto um piscar de olhos, o maldito cigano já o
havia alcançado novamente. Hope arrancou o punhal da mão ferida e bravamente
tentou golpear a fera, tendo em seguida, entretanto, sua mão segura com
irritante facilidade. Como se ele fosse uma criança tentando socar um adulto.
Dom Esteban Ramirez, após tirar o punhal das mãos sangrentas do pirata,
segurou-o rudemente pelo pescoço e decolou junto ao mastro principal. O
movimento, de tão rápido, quase destroncou o pescoço do inglês, que arfou.
Hope, embora tendo os olhos marejados pela dor e pelo quase estrangulamento,
percebeu que estavam subindo. Voavam? Seu cérebro já embotado compreendeu que
mais uma vez o espanhol estava desafiando as regras que regiam o mundo natural.
As botas do monstro produziam um rangido seco ao atingir a madeira do poste.
Segurando
a presa pelo pescoço, o vampiro estava correndo ao longo do mastro. Correndo na
vertical! Tão tranquilo, como se fosse a coisa mais habitual que fizesse. Seus
olhos em brasa ardiam bem perto do rosto do agonizante pirata. Enquanto
escalava a mastreação com a agilidade de um macaco diabólico, Esteban
cantarolava sua canção espanhola, que imprimia em seu olhar insano um quê de
saudosismo.
Jason
Hope estava sufocando. Fervendo em ódio impotente nas garras do inimigo
praticamente indestrutível. Humilhado no momento de sua morte por aquele ser
que nascera em terras espanholas. Hope notou que o outro parara de cantar.
Continuavam subindo, como se não fossem parar nunca, como se viajassem rumo ao
céu noturno onde boiava uma belíssima lua cheia.
O
capitão pirata viu dentes longos e afiados se aproximando. Uma fisgada no
pescoço. Estremeceu. Seu sangue, sua vida sendo sugados com avidez para o
interior do morto-vivo que o assassinava. Desespero. Aflição. Ódio. Dor.
Impotência. A última visão de Jason Hope, antes que tudo se
apagasse, a derradeira lembrança que levou desse mundo foi envolta por alucinações.
Ele viu o mar, mas o mesmo estava vermelho. O mar revolto tinha a cor do
sangue. Do seu sangue. Uma maré de sangue onde, vagarosamente, o bravo pirata
inglês naufragou solitário naquela noite de terror.
Uma
semana, depois, numa tarde ensolarada que dourava o mar, o navio The Golden Hind, que era o
gigantesco galeão inglês do pirata Francis Drake, deparou-se com outro galeão
no meio do oceano. Um enorme navio espanhol chamado Pandora. Estavam perto da costa africana. Como o galeão
espanhol parecia desabitado e navegava à deriva, Drake ordenou que se
aproximassem, lançassem os ganchos para prender o barco espanhol e baixassem
âncoras. Assim foi feito, e imitado pelas dez embarcações pirata que
acompanhavam o Golden.
Quando
atravessou sobre a prancha e pisou o convés daquele sombrio galeão espanhol, o
grande pirata inglês teve um mau pressentimento. Um rangido na mastreação
principal fê-lo olhar para o alto. Seu sangue inglês gelou nas veias. Então,
enquanto seus marujos debruçavam-se sobre as amuradas do Pandora para vomitar devido o
terrível mau cheiro de corpos em decomposição proveniente do castelo de proa,
Francis Drake erguia os punhos cerrados e urrava, tomado por fúria e ódio. Seu
melhor amigo, Jason Hope, estava pendurado pelo pescoço na trave mais alta da
mastreação, branco como leite, enrolado zombeteiramente em uma bandeira da
Espanha.
Depois
daquele dia chocante para Drake, seu ódio pelos hispânicos triplicou e o pirata
dedicou-se com redobrado afinco a caçar os galeões latinos, bem como a dizimar
a gente de Dom Filipe II. Era esse mesmo ódio que levaria o capitão pirata
inglês favorito da rainha Elizabeth I a, oito anos mais tarde, liderar e
conduzir a uma estrondosa vitória a Armada Inglesa em combate contra
a Invencível Armada Espanhola da qual, a bordo do Golden Hind, Francis Drake afundou vinte
e três navios.
Eis
os fatos, meus queridos amigos e leitores. Acredite ou não, devo adverti-los:
muitos são os perigos do mar, sobretudo os preternaturais, como o Kraken, os espíritos dos navegantes e o
sedutor canto das sereias. Mas nada disso se compara a visualizar um navio
fantasma. Se por acaso estiverem na costa, e em noite de lua cheia, que é
quando ele surge, virem um galeão espanhol, podem se preparar para o pior.
Caso
vejam um navio imenso, de três andares, com majestosa mastreação e duas
âncoras, com uma figura de proa de uma mulher jovem de cabelos revoltos
segurando uma caixa, estão em perigo. Verão piratas espectrais trabalhando a
bordo, regidos por um capitão morto-vivo, em decomposição, com uma corda no
pescoço e claras marcas de mordida no mesmo, gritando e praguejando sem parar.
Se por ventura virem isso, façam uma oração. Desviem a vista. Fujam. Salvem
suas vidas!
Afastem-se,
pois o Mal está por vir. Enquanto correm para longe, tapem os ouvidos; não
ouçam os marujos cantando, pois, quando a canção for entoada, nenhum dos
viventes que a escutar poderá escapar.
Fim
Danilo Alex da Silva
24/07/2012
“Eu
vejo os fantasmas de navegadores, mas eles estão perdidos
Ao
navegarem para o por do sol, medirão as consequências
Enquanto
seus esqueletos acusam emergir do mar
As
sereias das rochas, elas me acenam”
(Ghost
of the Navigator – Iron Maiden)
Nenhum comentário:
Postar um comentário