quinta-feira, 14 de junho de 2012

Miragem



Tenho uma alma errante e o pensamento longe.
Caminhando pelas incertezas do presente,
Nenhum horizonte jamais pareceu longínquo o bastante
Para me fazer desistir.
Mas, mesmo trazendo no peito um coração aventureiro
E o espírito audaz de um viajante
Também já me perdi pelos caminhos tortuosos,
Errei por vales escuros, vaguei por desertos ferventes e solitários.
Nem todo andante tem uma boa história para contar.
Sob o ígneo olhar do sol que me espia por cima das dunas,
Enquanto minha sede é feroz e os pés afundam nas areias tórridas
 Que revestem o caminho incerto,
 Tantas vezes meus olhos cansados já me pregaram peças.
Acreditei em promessas que não foram verdadeiras,
Vivi amores que não eram eternos,
Chorei por perder amigos que hoje passam por mim sem me notar.
Ás vezes o sol escaldante da vida nos faz imaginar coisas que
Embora agradáveis, são efêmeras e ilusórias. Miragens.
Coisas, pessoas, lugares, emoções e lembranças que vem e vão
Podem não ser necessárias. Peso morto. Bagagem extra.
Meus passos na areia são provas do quanto andei
E meu modo de trilhar o caminho mostra que aprendi com o tempo.
Uma hora o deserto tem que ficar para trás.
O sol vai ter que amainar algum dia.
Minha esperança é o que me impele,
O que me faz duvidar das miragens.
Muitos já morreram de sede em busca de ilusões desérticas,
Mas não cometerei esse erro. Chega de miragem!
Minha fé inabalável me guia para a água que espera os viajantes,
Ela me conduz ao oásis eterno.

Danilo Alex da Silva


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